Cuidar dos animais é dever das prefeituras, diz coordenadora
de projeto modelo para o Brasil
“Cuidar dos animais é dever das prefeituras, e não das ONGs. Agora é lei e todos os municípios vão ter que cumprir. As prefeituras têm que fazer parceria com as ONGs.
Elas se viram como podem mas o trabalho que fazem é responsabilidade das prefeituras”.
Estas foram algumas das mensagens passadas pela médica veterinária e advogada Carla Sassi, coordenadora do Centro de Zoonoses (CCZ) de Conselheiro Lafaiete e responsável pelo projeto de castração “Quem ama castra”, modelo para todo o Brasil. Em três anos o projeto castrou seis mil cães e gatos. “Temos que educar a população e fazer castrações em massa, senão vamos enxugar gelo o resto da vida”, alertou.
Carla fez palestra dia 24 de junho em Caeté a convite da Sociedade Galdina Protetora dos Animais e da Natureza (SGPAN) para apresentar o projeto a gestores municipais e subsidiar prefeituras para o cumprimento da lei 21970. Ela vale para todos os municípios de Minas Gerais e define que eles implementem ações de combate ao abandono, resgate, abrigamento, vacinação e castração em massa de cães e gatos. “As ONGs estão procurando o Ministério Público para fazer com que a lei seja cumprida”, salientou a veterinária.
Ao apresentar como funciona o projeto em Lafaiete, Carla disse que veterinários de cada cidade têm que tomar a frente das ações. “Em Lafaiete laboramos um projeto e lutamos por ele para chegar ao que é hoje, o projeto de maior destaque na área da Saúde em Lafaiete. Prefeitos, secretários e veterinários de todo o pais nos visitam para conhecer o projeto”, afirmou.
Em Lafaiete 150 animais ficam numa grande área verde a espera de adoção. “Temos resgate, internação, ambulatório, os animais são castrados, vacinados e vermifugados. É estrutura super simples e que funciona muito bem. A parceria com a ONG de Lafaiete é muito positiva e a taxa de adoção é alta”, informou a veterinária, ao destacar que voluntários de ONGs de outras cidades estão estafados, adoecendo e cheios de dívidas. Em Lafaiete, o CCZ tem um castramóvel e tem parceria com Bombeiros, policias civil, militar e de meio ambiente.
O processo de castração dos animais começa com um cadastro no programa Saúde da Família e também através de palestras nas escolas. Os alunos recebem folhetos, levam para os pais e os devolvem assinados e preenchido. O CCZ dá retorno e agenda a data da castração.
Ao final da apresentação em Caeté, a SGPAN distribuiu uma nota aos gestores municipais em que pede o cumprimento da lei. “Os voluntários não são servidores públicos mas mesmo assim fazem um trabalho que é responsabilidade das prefeituras. A SGPAN sempre pediu parceria com a Prefeitura desde 2008, mas nunca foi atendida”.
A promotora de Caeté Anelisa Cardoso reconheceu o trabalho da SGPAN, pediu a continuidade as reuniões entre ONG e prefeituras e também que sejam estabelecidas parcerias.
Participaram da apresentação secretários de Saúde, veterinários e agentes públicos de Caeté e Nova União, além de Marcela Brandão, da Promotoria de Sabará.